sexta-feira, 3 de junho de 2011

HUMANIZAR....é preciso...

 

 

 "Na arte de viver, o homem é ao mesmo tempo o artista e o objeto de sua arte, é o escultor e o mármore, o médico e o paciente". (Erich Fromm)


       O que você pode dizer sobre “humanização”?
É o ato de humanizar de acordo com o Magno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa
       Então, o que é humanizar?
De acordo com o mesmo dicionário é: (v.t.dir.) o mesmo que humanar; tornar conforme a natureza humana.
      E por que humanizar é preciso?
Porque o homem sempre está buscando o desenvolvimento e o nosso mundo atual movido pelo capitalismo e pelo consumismo busca o desenvolvimento material. Tendo o “ter” como paradigma para se viver, o homem foi culturalmente desvalorizando aspectos que o fazem humano e, assim, singular diante de todas as outras espécies. A valorização da intelectualidade gerou o racionalismo e a razão passou a ser algo maior do que a sabedoria. A busca incessante do “ter” fez do homem um acumulador de coisas nas suas mais diversas formas: informações, objetos, status, etc.; e a sua essência foi relegada em troca de rótulos sociais. A atitude de competir e consumir desvirtuou o significado das coisas e “ser forte” passou a ser incompatível com “ser sensível”. A criatividade passou a ser o talento para conseguir poder e bens materiais e não mais a busca da “beleza”. Hoje produzimos em larga escala roupas, alimentos, carros, combustíveis, máquinas. Orgulhamo-nos da tecnologia, da moda, da riqueza acumulada.  Idealizamos diplomas, papeis sociais e quantidades, pois quem mais “tem” é visto como quem mais “é”. Negligencia-se o “ser” na tarefa impossível de “ter o tanto que faça alguém feliz”. A ordem dos fatores aqui altera o seu produto, pois se o “ter” for o multiplicador o produto será sempre um valor negativo e que promoverá a necessidade interminável de multiplicar o tempo todo e o tempo de uma vida não será suficiente para se chegar ao produto almejado.
Diante de tudo isso podemos começar a responder “por que humanizar-se” é essencial.
Não basta ao homem simplesmente existir e estar aqui como os minerais. Não basta ao homem ter luz e chuva como os vegetais. Não basta ao homem ter alimento, reproduzir-se e sobreviver como os animais. O homem necessita de tudo isso e muito mais, e “muito mais” mesmo. A confusa busca atual do homem pelo “ter” nada mais é, além da necessidade de sobreviver, uma busca de seus valores intrínsecos, internos, humanos. A dicotomia “prazer e desprazer” acaba por ser a motivação da vida humana, porém a motivação quando buscada de maneira mais profunda acabará por nos revelar que a busca do homem é por um valor totalmente abstrato: a felicidade, e esta não tem como consumar-se com o que é concreto. Podemos com o “ter” obtermos o prazer que, por seu efeito temporário e transitório, se dispersará diante de outros acontecimentos da vida e, então, teremos que novamente sair em busca de mais e maiores prazeres para sufocar a necessidade de felicidade do ser humano.
        Por que humanizar-se?
Porque é o único caminho que nos leva a nós mesmos e ao que é realmente importante ao ser humano. A felicidade é um caminho e não um objeto a ser comprado e a real felicidade é sentir-se feliz consigo mesmo e não por termos algo, bolsos cheios, fotos em jornais, objetos caros ou qualquer coisa que de tão concreta e complexa não caiba no tamanho exato da simplicidade da felicidade.
       Abrir mão da busca do “ter”?
Não, não é preciso abrir mão dessa busca. Apenas não sufocar o nosso “ser” em detrimento desta busca do “ter” é suficiente.
      Por que humanizar-se?
Talvez a melhor resposta seja “porque somos humanos” e “ser humano” é a nossa maior conquista e o nosso maior bem.

 

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